O nosso cérebro tem um conjunto de poderes que a maioria de nós desconhece... um desses poderes é conhecido – no meio académico – pelo “registo automático da Memória, porque ele consegue “guardar” todas experiências pelas quais passamos ao longo da nossa vida... funciona como se fosse uma máquina fotográfica, registando todas as nossas sensações: o que vemos, o que ouvimos, o que sentimos, o que saboreamos e o que vivenciamos e até o que pensamos é guardado num sitio como que se de uma biblioteca se tratasse (o córtex cerebral).
É muito importante compreender isto, o que é este fenómeno... porque em resumo: tudo o que vivenciamos, coisas boas ou menos boas, conhecimento, pensamentos, são registados pela memória sem que nos apercebamos ou mesmo, sem que o controlemos. Então, sem darmos por isso, inconscientemente, o nosso cérebro vai registando informações tão rapidamente que não conseguimos filtrar de maneira inteligente o que é bom ou menos bom, para cada um de nós. Se imaginarmos o sítio para onde estas memórias vão com uma enorme biblioteca... ela estará cheia de livros rapidamente e, mesmo assim, todos os dias chegam imensos “livros novos”, de diversos assuntos, para serem lá colocados nas suas prateleiras. Com base neste armazenamento o nosso Eu (o nosso consciente) age na maioria das vezes, de forma impulsiva, sem pensar, sem raciocinar e até mesmo, sem perceber as atitudes... e é aqui que entra a minha “visão”, a Academia d’Afetos... precisamos nos conhecer profundamente para que saibamos lidar com as armadilhas da nossa mente, só assim – no futuro, poderemos ter controle e protegermos as nossas emoções. Por exemplo: quando ouvimos uma música que esteja relacionada a um determinado momento da nossa vida, lembramo-nos de um determinado local ou de uma pessoa, quando sentimos o cheiro de uma certa comida, lembramo-nos de quando a avó, ou alguém da família cozinhava. Ora... também esta interpretação pode ser feita também com passagens menos das nossas vidas... Uma frase que nos foi dita, ou que ouvimos ser dita a alguém, passa a ser o “gatilho” (o botão que aciona a campainha) para nos relembrarmos daquele livro que guardámos. Vamos imaginar...um dia em que as notas da escola, aos 10 anos de idade, apresentavam uma nota... o seu pai e mãe desapontados, expressaram-se da seguinte maneira: “Que vergonha, não esperava isso de ti! Já percebemos que não serves para nada”. Se já estávamos com medo, agora ainda se juntou a sensação de culpa por dececionar as pessoas que amamos e que queremos que nos aprovem, sem pensarmos que aquelas palavras foram ditas num momento de impulsividade, tomamos aquilo como a única verdade e aceitamos passivamente que você de fato “não servimos para nada”... e passam-se 20 anos e agora a situação é no trabalho. Deparamo-nos com uma situação stressante e lá vem a culpa por não estarmos a fazer a tarefa como nos pediram... alguém não está muito satisfeito com a minha tarefa e logo vem o pensamento: “ele vai dizer que está desapontado comigo”, em seguida pensamos: “eu de fato não sirvo para nada.” O trauma foi registado quando éramos crianças, no entanto, ele andou connosco durante a nossa vida e quando aparecem situações que fazem lembrar aquela de quando tínhamos 10 anos, parece que ficamos paralisados. Uma conversa, uma discussão ou quaisquer situações do cotidiano podem acionar o tal gatilho (a campainha) que nos leva até à lembrança que está guardada e nós passamos a ver e a sentir o mesmo que naquele outro momento. Existe um universo dentro de nós. Há memórias do medo, da tensão, da angústia, do pânico, da raiva, da inveja… há também outras que trazem a tranquilidade, a serenidade, o prazer e a afetividade. O nosso Eu pode aprender a “conduzir” por entre as diferentes memórias, escolher as caixas certas e abri-las, escolhendo os melhores livros... por isso, para se ter uma vida mais leve e emocionalmente saudável, é preciso aprender a usar e depois, praticar ferramentas para gerir as nossas Emoções. Só assim o nosso Eu ganhará força e aprenderá a controlar as emoções e a proteger a nossa mente, evitando se guardem memórias menos boas. Com recurso a estas ferramentas também podemos a reeditar as memórias mais antigas, ou seja, dar novo significados às coisas negativas que já foram armazenadas na nossa memória. Estas ferramentas eu aprendi com o Dr. Augusto Cury
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Virgínia Silva
...uma eterna Arquivos
June 2022
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